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Bondes históricos que pertenciam à Polícia Civil são transportados ao Museu de Arte Contemporânea

Doação de veículos já havia sido formalizada em janeiro
26/09/2020 Texto e foto: Polícia Civil

Eles nasceram no estado americano de Massachusetts, em 1927. Vieram à Capital dos gaúchos 21 anos depois. Aqui, serviram à população nas ruas por longos 82 anos. Era hora de se aposentarem e, ainda assim, continuaram a servir. Da frota da qual fizeram parte, na Companhia Carris Porto-Alegrense, vieram a compor o patrimônio da Polícia Civil, em 1968 e 1970.

Agora, mais de 50 anos se passaram, e a jornada dos dois bondes históricos entra num novo capítulo e num novo acervo. Nesta sexta-feira, dia 25 de setembro de 2020, pela manhã, dois guindastes fizeram a retirada do último bonde do estacionamento externo do Palácio da Polícia.

O elétrico foi transportado de caminhão para o Museu de Arte Contemporânea (MACRS), da Secretaria da Cultura do Estado, situado na zona norte da Capital. Ontem foi a vez do primeiro bonde ser transportado. No percurso, a escolta de viaturas da Polícia Civil - dando proteção e, ao mesmo, despedindo-se das relíquias metálicas.

"Essa é uma forma da Instituição comemorar o Dia Nacional do Trânsito, celebrado em 25 de setembro", exalta a Chefe de Polícia, delegada Nadine Tagliari Farias Anflor. "Eles serão restaurados e colocados para exposição ao público. É uma parte muito importante da nossa história que não pode ser esquecida", complementa.

Enquanto estiveram na Polícia Civil, os irmãos - ambos nasceram das mãos dos metalúrgicos da Osgood-Bradley - serviram de espaço de atendimento ao público. Era onde a população regularizava a documentação de veículos automotores e realizava testes teóricos para confecção da Carteira Nacional de Habilitação - o serviço, naquela época, era gerido pela Instituição.

Até de museu um dos bondes se revestiu para acomodar o acervo da Polícia, entre 1980 e início dos 90. De lá para cá também foram sede para o serviço cartorário do antigo Departamento de Trânsito (Dptran) e, mais tarde, do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Nos últimos anos de serventia à Polícia Civil, protegeram documentos da Instituição e serviram de lembrança da história dos modais de transporte público no estado.

Bondes na Capital

Embora um total de 229 bondes tenha circulado pelas ruas da Capital, o início da primeira linha gaúcha de bondes se deu com apenas 25 veículos, que ligavam o cais ao Bairro Menino Deus.

Com o passar do tempo, novos bondes de nacionalidades diferentes tomavam as ruas porto-alegrenses, fossem eles americanos, belgas ou ingleses. O serviço, que ainda nos primórdios fora financiado pelo brasileiro Estácio da Cunha Bittencourt e pelo francês Emilio Gemberbe, foi encerrado em março de 1970. A linha de bonde da Capital entrou para a história como a segunda em todo país.

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