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OSPA homenageia Stravinsky sob a batuta de Priscila Bomfim neste sábado, dia 28 de agosto

O espetáculo conta com as solistas Brigitta Calloni e Viktoria Tatour
24/08/2021 Assessoria de Comunicação da OSPA – Foto: Cícero Rodrigues / Divulgação

No Brasil e no Exterior, as mulheres conquistam cada vez mais posições de destaque na música de concerto. Priscila Bomfim está na ponta desse movimento: foi a primeira mulher e diretora musical a reger óperas da temporada oficial do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

No próximo sábado, dia 28 de agosto de 2021, ela é a regente convidada da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), no concerto Stravinsky 50.

Ao seu lado no palco, estarão as solistas do dia: a violinista Brigitta Calloni e a oboísta Viktoria Tatour. A apresentação começa às 17h, com público presencial limitado na Casa da OSPA e transmissão ao vivo pelo YouTube. O ingresso pode ser trocado por 1kg de alimento não perecível (mais detalhes abaixo).

Priscila nasceu e iniciou seus estudos musicais em Portugal, onde venceu seu primeiro concurso, de piano, aos nove anos de idade. Hoje, com 46 anos, concilia a carreira de pianista com a regência. Também trabalha para que outras mulheres possam ter oportunidades no universo da música de concerto: é uma das fundadoras da Orquestra Sinfônica de Mulheres do Rio de Janeiro e regente convidada da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Chiquinha Gonzaga, formada por alunas da rede municipal de escolas do Rio de Janeiro, no programa Orquestra nas Escolas.

Priscila é a primeira mulher a conduzir a OSPA nesta temporada, mas não será a única. Já no próximo sábado, a Casa da OSPA recebe a renomada maestra Ligia Amadio, que foi, inclusive, uma das referências de Priscila. “É importante, principalmente para o público jovem, ter a referência de uma mulher na regência. Eu tive a Ligia Amadio, que é uma grande líder e tem feito esse trabalho de valorização”, conta Priscila, que regerá a OSPA pela primeira vez.

“Passamos por um período com poucas mulheres na regência orquestral. Agora sinto que há grandes movimentos internacionais dando destaque para maestras. Aqui no Brasil há uma geração de mulheres que têm buscado a regência e inevitavelmente vão assumir cargos de titular, assistente ou diretora artística e musical”, completa a regente.

Priscila reforça a importância de ter ao seu lado duas mulheres como solistas: a violinista brasileira Brigitta Calloni e a oboísta russa Viktoria Tatour, ambas integrantes da OSPA. Elas interpretam “Concerto Duplo para Oboé e Violino”, de Johann Sebastian Bach. Brigitta assinala um traço interessante da peça: “O oboé e o violino têm um registro em comum, então eles são intercambiáveis em muitas situações... Este concerto que vamos tocar, por exemplo, também pode ser tocado com dois violinos. No segundo movimento, isso fica evidente porque os dois instrumentos tocam em diálogo, no mesmo registro, e as vozes ficam entrelaçadas”.

O carro-chefe do concerto é “Pulcinella”, balé de Igor Stravinsky que será executado em versão suíte para orquestra (sem bailarinos), com oito movimentos e passagens instrumentais substituindo trechos cantados da obra original. Esta versão estreou em dezembro de 1922, com a Boston Symphony Orchestra regida por Pierre Monteux. Priscila observa que em 2021, ano em que se completam 50 anos da morte do gênio russo, esta obra não poderia faltar: “Sempre ouvia desde antes de sonhar em ser maestra e fazê-la agora é um sonho e um desafio”. “Pulcinella” é uma obra do período neoclássico do compositor e incorpora características rítmicas do classicismo.

“Árias e Danças Antigas, Suite nº 1”, de Ottorino Respighi, completa o programa. Assim como o balé de Stravinsky, esta obra do século XX remete à sonoridade de danças antigas. Respighi nutria grande interesse por peças italianas e francesas populares nos séculos XVI e XVII, que inspiram esse trabalho.

Agosto Laranja

O concerto “Stravinsky 50” é alusivo ao Agosto Laranja, mês comemorativo da superdotação. Segundo a AGAAHSD (Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação), a incidência de pessoas AH/SD pode chegar a mais de seis milhões no Brasil. A ONG criada em outubro de 1981 luta pelos direitos das Pessoas com Altas Habilidades/Superdotação, principalmente para que recebam a educação adequada às suas necessidades.

Sobre Priscila Bomfim (regente – Brasil)

Priscila Bomfim foi a primeira mulher e diretora musical a reger óperas da temporada oficial do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atualmente é maestra assistente. Vem realizando concertos com diversas orquestras no Brasil e tem um trabalho voltado para a inclusão da mulher no mercado da música de concerto: participou da fundação da Orquestra Sinfônica de Mulheres do Rio de Janeiro e é regente convidada da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca “Chiquinha Gonzaga”, formada por alunas da rede municipal de escolas do Rio de Janeiro, no programa “Orquestra nas Escolas”. Foi uma das seis maestras escolhidas para a 4ª Residência do “Linda and Mitch Hart Institute” para Mulheres Regentes, do The Dallas Opera (Texas/EUA). Graduou-se na UFRJ em Piano e Regência Orquestral e é Mestra em Performance em Piano, com um relevante trabalho sobre Leitura à Primeira Vista.

Sobre Brigitta Calloni (violino – Brasil)

Brigitta Calloni graduou-se na Universidade Mozarteum/Salzburg e é mestre pela Michigan State University. Foi membro da Salzburg Chamber Soloists, com a qual realizou diversas turnês internacionais e integrou as orquestras sinfônicas de Flint, West Michigan e Lansing, além do grupo International Chamber Soloists. De volta ao Brasil, foi violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira e atualmente é segundo violino solista da OSPA. Apresentou-se como solista em frente à OSPA, Orquestra Unisinos-Anchieta e Sphaera Mundi. Mantém intensa atividade camerística, com destaque a diversas participações nos concertos da série de música de câmara da OSPA.

Sobre Viktoria Tatour (oboé – Rússia)

Mestre pela Academia de Música da Bielorrússia, especializou-se em desempenho instrumental na fundação Musique Espérance da Unesco com Pierre Pierlot. Atuou como professora da cátedra de instrumentos de sopro de madeira da Academia de Música da Bielorrússia. Chegou ao Brasil em 1997, estabelecendo-se primeiramente em Manaus, onde foi o oboé principal da Orquestra Amazonas Filarmônica. Em 2004 mudou-se para Porto Alegre, onde trabalha como o primeiro oboé, leciona no Conservatório Pablo Komlós e tem atuado como convidada em outras orquestras.

Visita segura

Em acordo com as orientações do Governo do Estado do RS referentes à pandemia da Covid-19, o concerto seguirá os seguintes protocolos de segurança: ocupação reduzida da Casa da OSPA (menos de 30%), disponibilização de álcool gel aos visitantes, uso obrigatório da máscara, medição de temperatura na entrada, distanciamento social nos espaços de passagem e na ocupação das poltronas da Sala de Concerto. Também é possível acompanhar os concertos da OSPA gratuitamente e ao vivo pelo canal da orquestra no YouTube e pela plataforma #CulturaEmCasa.

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