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Bicicletas apreendidas, em Lajeado, serão reformadas e entregues para escolas públicas

Equipamentos estão no depósito da Delegacia de Polícia
06/09/2021 Ascom Ministério Público – Foto: Divulgação

Conserto e restauração de bicicletas roubadas e furtadas, apreendidas pela Polícia Civil de Lajeado, Cruzeiro do Sul e Progresso, e a posterior doação para escolas públicas localizadas em bairros vulneráveis é o objetivo do projeto Bike Solidária. 

A iniciativa é uma parceria do Ministério Público em Lajeado, por meio das Promotorias de Justiça Criminal e Especializada –com atribuição na área da Infância e Juventude –, Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), Polícia Civil e Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai).

A estimativa do projeto é capacitar 16 jovens de escolas da rede pública do município, que participarão do curso de Mecânico de Bicicletas oferecido pelo Senai. No curso, além de mecânica, serão abordadas questões como empreendedorismo, higiene e segurança. 

O recurso, aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores de Lajeado, prevê a destinação de quase R$ 15 mil para o projeto. A metalúrgica Hassmann, de Imigrante, vai auxiliar financeiramente com R$ 9 mil.

Segundo a promotora de Justiça Criminal de Lajeado Ana Emília Vilanova, “este projeto é importante porque, além de trazer um aprendizado para adolescentes de escolas públicas, fará o aproveitamento de bicicletas que seriam descartadas pela Polícia Civil por serem objeto de furto ou roubo sem proprietário identificado. Também garante a destinação adequada das bicicletas, evitando, assim, passivo ambiental”.

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Para o promotor de Justiça da Infância e Juventude de Lajeado, Sérgio Diefenbach, o projeto é inovador. “É o somatório de benefícios que torna esse projeto inovador, porque ele nasce da recuperação de objetos furtados, passa pela disponibilização de um curso e pela entrega de material para a comunidade escolar. Todo o processo acaba fortalecendo vínculos entre a comunidade e os alunos”, ressalta.

O diretor de patrimônio da Alsepro, Francisco Weimer dos Santos, explica que a ideia se baseou no projeto Alquimia II, do MPRS, onde os celulares apreendidos no presídio são recuperados e entregues para crianças e adolescentes. 

“Com este projeto estaremos proporcionando aos adolescentes um aprendizado. Temos atualmente um grande número de ciclistas, certamente o conserto de bicicletas será uma profissão de grande futuro, e, além disso, estaremos resolvendo o problema do sucateamento e falta de espaço para esses veículos”, diz.

Já o delegado de Polícia de Lajeado Marcio de Abreu Moreno afirmou que são 80 bicicletas apreendidas em diversas ocorrências, como suspeitas de roubo, receptação, furto e prática criminosa. 

“As que vão participar do projeto são bicicletas que foram apreendidas em atividades ilícitas e que já há decisão judicial e condenação. A própria parte acusada, em nenhum momento, comprovou a origem lícita ou mostrou interesse em reavê-la”, explica.

O coordenador técnico de educação profissional do Senai, Marcelo Francisco Schedler, considera o projeto completo, pois engloba a formação dos alunos, a questão social de reaproveitamento das bicicletas e o movimento social, com a doação do material consertado. “Os próprios alunos vão entender que o fruto do trabalho deles vai resultar numa boa ação, por isso, vão estar engajados neste projeto solidário”, salienta. 

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