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Obra que reúne artigos sobre a cultura negra no gauchismo é lançada no Palácio Piratini

Organizadora da obra, Liliana Cardoso entregou um exemplar para Leite e outro para a secretária da Cultura, Beatriz Araujo
23/09/2021 Texto: Vanessa Kannenberg | Edição: Marcelo Flach/Secom - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
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No dia 20 de Setembro, Dia do Gaúcho, o centenário Palácio Piratini foi palco do lançamento da obra “A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo”. O evento contou com participação do governador Eduardo Leite e da secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e recepção da declamadora Liliana Cardoso, organizadora da obra e primeira mulher negra homenageada como patrona dos Festejos Farroupilhas.

A obra apresenta uma coletânea de artigos assinados por estudiosos, pesquisadores e artistas que investigaram a participação do negro na construção da identidade regional gaúcha.

“Este centenário Palácio Piratini tem a referência ao negro nos murais pintados por Aldo Locatelli, levando uma visão sobre o negro a partir do Negrinho do Pastoreio, uma das lendas de Simões Lopes Neto sobre um pequeno menino negro escravo. Mas ela não traduz a participação do negro na nossa história, a interferência vai muito além disso. Por isso, fizemos questão de, nesta Semana Farroupilha que tem uma mulher negra como patrona pela primeira vez, pudéssemos colocar ainda mais em destaque a nossa identidade a partir do que o povo negro nos proporcionou no RS”, afirmou o governador.

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Leite ainda lembrou que, desde a semana passada, o Negrinho do Pastoreio sedia a exposição fotográfica "Gaúcho", do fotógrafo Fábio Mariot, que faz um recorte étnico do trabalhador do campo e do ginete, apresentando um gaúcho diferente do imaginário social. Homens negros, de diferentes regiões do Estado, fotografados em sua lida diária, em galpões de fazendas.

“Agora, este livro nos dá o privilégio de no simbólico palácio do governo, que é o espaço onde a gente espera mais do que decisões do governo, que emane para toda a nossa sociedade os desejos da sociedade. E o que a gente quer é a valorização da nossa cultura, dos nossos povos, das nossas diferenças e das diferentes visões, por isso, este lançamento é tão importante”, acrescentou o governador.

Segundo Liliana, existe no RS uma carência de materiais que explicitem a participação e protagonismo do povo negro na construção da identidade regional – “A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo” faz esse resgate.

“Normalmente, tem-se em perspectiva a Revolução Farroupilha e o episódio do Massacre dos Porongos, quando uma quantidade expressiva de negros foi colocada em linha de frente e massacrada. Porém, a participação do negro no gauchismo é bastante ampla e se estende em todas as áreas que abarcam hoje o tradicionalismo e o nativismo: dança, canto, declamação e atividades campeiras”, afirmou Liliana.

Ao ser homenageada como patrona dos Festejos Farroupilhas 2021, a declamadora optou por tornar essa gestão um espaço propositivo para a discussão desse tema, que ela considera urgente e central. É a primeira mulher negra homenageada e ela congrega três movimentos: do negro, da mulher e do tradicionalismo.

“É um momento muito especial e importante, no qual esta luta de tantas pessoas pela igualdade, pelo reconhecimento do povo negro no RS se vê contemplada por uma ação que parte da sociedade, que tem o aval do governo e o entusiasmo dos meus colaboradores da Secretaria da Cultura. Espero que esta obra toque o coração de muitas pessoas e ecoe na nossa sociedade”, afirmou a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.

Temas e respectivos autores:

• Prefácio / Ernesto Fagundes

• Apresentação / Liliana Cardoso

• O negro na história e na construção do gauchismo / Luiz Cláudio Knierim

• A formação da sociedade gaúcha e a participação do negro / Paulo RS Gonçalves

• A presença do negro na literatura rio-grandense: os Contos Gauchescos / Vera Haas

• As tradições gaúchas no compasso da matriz africana do Maçambique / Iosvaldir Carvalho Bittencourt Junior

• Oliveira Silveira: o afro-gaúcho / Sátira Pereira Machado e Naiara Rodrigues Silveira Lacerda

• A boneca Abayomi – um símbolo de resistência da cultura afro-brasileira no RS / Graciele Lopes Ribeiro

• Corpo negro em movimento: a ancestralidade no contexto da dança tradicionalista / Robson Cavalheiro

• O enlace entre a cultura negra e o tradicionalismo / Movimento Negro Raízes

• Cavalgada para consciência dos Lanceiros Negros Contemporâneos: a trajetória de um trajeto / Giovanni Mesquita

• Negro Forte Laçador: resistir é pegar um touro à unha todos os dias / Lise Ferreira

• Pioneirismo e trajetória de uma cantora negra no gauchismo / Loma Pereira

• Vozes da negritude na poesia gaúcha / José Luiz Rodrigues dos Santos

• A resistência negra no Acampamento Farroupilha / Giovanni Mesquita e Cláudio Knierim

• Prendas, cirandas e negritude: histórias contadas, dores veladas, silêncios construídos / Tainá Severo Valenzuela

• Reminiscências de um laço eterno: amor de irmãs, tradicionalismo e um legado / Maira Simões Rodrigues e Jianine Simões Rodrigues Pichite

• Ausência do negro rio-grandense nas bibliografias dos concursos de prenda / Karina da Silva

• Alguns expoentes da negritude na cultura tradicionalista e nativista / Carlos Omar Vilella Gomes

• A história do poema Quilombo do Morro Alto / Carlos Omar Villela Gomes

• Tradicionalidade ou exclusão? / Aline Martins Linhares

• A matriz da cultura negra no gauchismo – práticas pedagógicas em sala de aula / Ana Paula Homem

• Posfácio / Joaquim Moncks

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