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Ministério Público pede afastamento de vereador por improbidade administrativa, em Santa Cruz do Sul

A suspeita é que ele exigia parte dos salários de servidores com cargo em comissão
04/12/2019 Ascom Ministério Público – Foto: Divulgação

Em ação civil pública por atos de improbidade administrativa, a Promotoria Especializada de Santa Cruz do Sul pediu à Justiça o afastamento do Vereador Elo Schneiders pela suspeita de que ele exigia parte dos salários de servidores com cargo em comissão, bem como por encabeçar um esquema de fornecimento irregular de serviços.

A ação, apresentada na última terça-feira, 26 de novembro de 2019, foi assinada pelo promotor de Justiça de Santa Cruz do Sul Érico Fernando Barin. Além do vereador, devem responder por improbidade administrativa o ex-subprefeito de Boa Vista, Nelcindo Freese, e os ex-assessores Leandro Genz, da Secretaria da Agricultura, e Amauri Schaefer, assessor particular de Schneiders, acusados de participarem dos esquemas investigados.

CAPTAÇÃO DE SALÁRIOS

Segundo a ação, Schneiders exigia parte dos salários de assessores da Câmara de Vereadores e da Secretaria da Agricultura de Município. Uma ex-servidora da Câmara Municipal confirmou ao MP que repassou 80% de seu salário mensal para o vereador nos anos de 2014 e 2015.

Outras duas pessoas confirmaram a existência dessas captações. Quem orientava os assessores a respeito da entrega dos valores eram os demandados Nelcindo, Leandro e Amauri. Por vezes, eles também faziam o recolhimento do dinheiro.

FORNECIMENTO DE SERVIÇOS IRREGULARES

Schneiders também é apontado como chefe de um esquema na Secretaria da Agricultura do Município, pasta da qual foi secretário municipal até 1º de novembro deste ano.

As investigações dão conta que, em diversas situações, o vereador e seus assessores atenderam pedidos para a prestação de serviços particulares a terceiros, como entrega de brita, areia ou casca de arroz, seja gratuitamente ou com pagamento de valores diretamente aos investigados. Algumas entregas foram feitas, inclusive, com os veículos da Prefeitura.

Fazia parte desse esquema também a destinação irregular dos serviços de maquinário, em desacordo com o programa Patrulha Agrícola Municipal, que previa o aluguel deste tipo de serviço, a baixo custo, destinado a produtores rurais necessitados. Em muitos casos, os beneficiados acabaram sendo pessoas escolhidas pelos investigados.



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