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Negociador-chefe do Brasil na COP 28 demonstra otimismo em balanço da Conferência da ONU em Dubai

Embaixador André Corrêa do Lago aponta principais pontos do evento até aqui e espera que balanço do Acordo de Paris ao final da COP seja ambicioso, preciso e objetivo
10/12/2023 Portal Brasil - Foto: Estevam/Audiovisual/PR

Um fundo de perdas e danos aprovado já no início da COP 28 em Dubai. A presença e o protagonismo do presidente Lula nas discussões. E um senso de urgência que cada vez mais toma conta de governos, investidores, empresas e todas as entidades envolvidas levam o embaixador André Corrêa do Lago a um otimismo quanto aos resultados que devem ser apresentados pela Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-28), nos Emirados Árabes Unidos.

Secretário para Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e negociador-chefe da delegação do Brasil na COP 28, o embaixador destacou os três pontos como os principais até aqui no maior evento sobre clima do planeta.

“Primeiro nós tivemos a aprovação, já no primeiro dia, do fundo de Perdas e Danos, que foi uma coisa muito impressionante, que mostrou que em dois anos você conseguiu fazer uma coisa importante”, destacou André Corrêa do Lago.

Inicialmente anunciado com um valor de US$ 420 milhões, o fundo de perdas e danos, que visa apoiar os países mais pobres do planeta a se adaptarem às mudanças do clima, recebeu aportes nos dias seguintes e, de acordo com os números divulgados pela COP 28 até a segunda-feira, 4 de dezembro, já estava em US$ 720 milhões.

“A segunda, naturalmente, foi a presença do presidente Lula”, continuou o embaixador, referindo-se à ampla agenda que o líder brasileiro manteve na COP 28 durante seus dois dias de compromissos em Dubai, na última sexta (1º) e sábado (2), quando discursou em diversas ocasiões, entre elas na Sessão de Abertura da Presidência da COP 28, e manteve diversos encontros bilaterais com chefes de Estado e outros importantes atores do evento.

“Você não pode imaginar, de qualquer direção, de país desenvolvido, de país em desenvolvimento, de pequenas ilhas, o quanto há um desejo e uma convicção de que o presidente Lula tem um papel único a exercer, inclusive por essa sequência de que nós vamos presidir o G20, depois nós vamos presidir os BRICS, e depois nós vamos ter a COP 30”, frisou André Corrêa do Lago.

Para ele, o estilo agregador de Lula facilita que ele assuma esse papel de protagonismo nas discussões relativas às mudanças climáticas. “Há uma expectativa imensa de que o presidente Lula tenha essa liderança que estimula o diálogo. O presidente Lula não tem uma liderança afastando as pessoas. Ele tem uma liderança para juntar”, pontuou o embaixador, que nesta terça-feira (5) participou de uma coletiva de imprensa com jornalistas brasileiros e estrangeiros ao lado da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco. Hoje, 5 de dezembro, foi o dia dedicado à temática dos povos indígenas na COP28.

URGÊNCIA – Para André Corrêa do Lago, cada vez mais um senso de urgência toma conta da comunidade internacional nas questões relacionadas às mudanças climáticas. Para ele, isso é fundamental para que as discussões e acordos realizados nas COPs se convertam em ações efetivas.

Segundo o embaixador, é notório que o mundo se aproxima do aumento da temperatura global no limite de 1,5°C, considerado por especialistas o patamar limítrofe para evitar um cenário catastrófico para o planeta.

“Eu acho que se nota muito fortemente uma mudança de percepção da urgência. E isso é uma boa notícia, porque dá um ímpeto muito diferente para a ação. O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, divulgado pela ONU) teve um impacto imenso. A consciência de que nós estamos tão perto do 1.5 e ao mesmo tempo que a gente não pode ultrapassar o 1.5 está extremamente forte aqui e o Brasil tem insistido nisso em todos os momentos”, ressaltou o secretário brasileiro.

BALANÇO GERAL – André Corrêa do Lago torce para que, ao final da COP 28, o GST (Global Stocktake) seja apresentado com robustez, de modo a guiar os próximos passos. Pensado pelas Nações Unidas como um mecanismo de transparência para avaliar e acompanhar os avanços das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, o GST representará um balanço que considera esforços socioeconômicos para lidar com os impactos ambientais e diminuir os danos associados às mudanças climáticas nos quase 200 países-membros da Conferência das Partes representará o primeiro balanço para avaliar os resultados dos esforços para combater a mudança do clima nos quase 200 países membros da Convenção.

“Se a gente tiver um balanço geral do Acordo de Paris ambicioso, preciso e objetivo, nós vamos poder fazer no ano que vem uma discussão sobre a questão de financiamento muito mais bem orientada”, acredita o embaixador.
Ele é enfático ao frisar que, sem um financiamento eficiente, ficará muito difícil para dezenas de nações se adequarem à transição necessária para que elas contribuam no alcance da meta de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C.

“Sem financiamento, você não pode pedir dos países em desenvolvimento que eles façam uma transição, porque eles têm todas as agendas acumuladas, agravadas pela mudança do clima. Veja quanto vai custar ao Brasil essas tragédias climáticas que nós tivemos este ano. Então, temos que esperar que tenhamos um bom resultado nesta COP”, concluiu André Corrêa do Lago.

US$ 57 BILHÕES – Segundo os dados mais recentes divulgados pela organização da COP 28, os quatro primeiros dias da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, em Dubai, resultaram em mais de US$ 57 bilhões para investimentos voltados à agenda climática por parte dos atores envolvidos no evento.

Esse valor, segundo a COP 28, está assim dividido:

• Fundo de Perdas e danos: US$ 725 milhões
• Fundo Verde para o Clima: US$ 3,5 bilhões
• Energia Renovável: US$ 2,5 bilhões
• Tecnologia: US$ 568 milhões
• Metano: US$ 1,2 bilhão
• Financiamento Climático: mais de US$ 30 bilhões dos Emirados Árabes Unidos (mais US$ 200 milhões em Direitos de Saque Especiais e um aumento anual de US$ 9 bilhões do Banco Mundial)
• Alimentação: US$ 2,6 bilhões
• Natureza: US$ 2,6 bilhões
• Saúde: US$ 2,7 bilhões
• Água: US$ 150 milhões
• Alívio, Recuperação e Paz: US$ 1,2 bilhão
• Ação Climática Local: US$ 467 milhões


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