Aristóteles, um dos mais destacados filósofos gregos, disse: “a arte imita a vida”. Essa frase carrega o significado que toda a produção artística e cultural está inspirada em fatos do cotidiano, algo que se pode dizer que é verdade. 

No entanto, no mundo do entretenimento, essa máxima pode ser vista por outro ângulo, no qual o cinema e as séries se tornam uma fonte para outros segmentos, como os videogames e a música, por exemplo.

As produções de sucesso têm um impacto social notório, é fácil recordar cenas épicas ou frases célebres, como a clássica “hasta la vista, baby”, dita por Arnold Schwarzenegger em O Exterminador do Futuro (1984). Esse efeito tem reflexo em outros setores, já que existem músicas que remetem a filmes, jogos inspirados em séries e livros sobre grandes produções.

Neste artigo, visitaremos os produtos culturais mais importantes que nasceram da junção do audiovisual com outros nichos. Confira:

No controle da ação

Algumas séries de sucesso, como Game of Thrones (2011) ou The Walking Dead (2010), acumularam milhões de telespectadores que esperavam semanalmente um novo episódio da trama. Muitas vezes, ao assistir o desenrolar dos episódios, os espectadores pensavam que se tivessem na pele do personagem fariam diferente, e é isso que alguns jogos de videogame oferecem aos usuários: tomar o controle da história.

As duas obras citadas contam com jogos que colocam a pessoa no centro da ação e o sucesso da empreitada dependerá das habilidades de quem segura o controle. No caso da série da HBO, foi criado Game of Thrones: A Telltale Games Series, que conta a história da Casa Forrester, um dos aliados da Casa Stark. A trama remete aos fatos que ocorrem durante as temporadas 3, 4 e 5, justamente no pior momento dos Lobos, e o jogador deve lutar para se salvar e, consequentemente, manter a história dos Forrester viva.

Já no mundo dos zumbis, o título The Walking Dead: The Telltale Definitive Series apresentou um modo de jogo inovador, onde o jogador deve tomar decisões constantemente e cada escolha vai moldando o desfecho da história enquanto o jogo acontece.

A narrativa gira em torno de Clementine, uma menina que se perdeu dos seus pais durante os primeiros dias da infestação, e que durante o game vai fazendo aliados e inimigos, tudo segundo as escolhas que são feitas a cada momento. O sucesso foi tamanho que em 2012, o Video Game Awards, um Oscar dos jogos eletrônicos, premiou o título como O Melhor do Ano.

Foto: unsplash 

Um território novo

Os filmes e a séries também alcançaram um novo segmento do mundo dos jogos eletrônicos, o iGaming, um gênero criado para abrigar as modalidades originárias dos cassinos, neste caso, especialmente as máquinas caça-níqueis, também conhecidas como slots.

Esse jogo centenário ganhou nova vida com a migração para o ambiente online. As ferramentas digitais, como a programação e as plataformas especializadas, ajudaram a desenvolver novas temáticas de jogo, saindo dos símbolos clássicos e adentrando em universos completamente novos, como as antigas civilizações e, claro, o mundo do cinema e das séries.

Ler ou assistir, eis a questão

Muitos filmes são baseados em histórias contadas em livros, porém, há um caminho contrário nessa dinâmica, pois também existem produções que saíram das telas e foram para as páginas. É uma forma de equilibrar o jogo e agradar parte do público que defende que a história dos livros é muito melhor.

O caso mais recente é o de Era Uma vez… Em Hollywood (2019). O longa de Quentin Tarantino conta uma história ficcional sobre um ator de televisão que está decidido a tornar-se uma estrela do cinema, seu dublê e um grupo de criminosos inspirado na Família Manson. A obra ganhou dois prêmios no Oscar, Melhor Ator Coadjuvante para Brad Pitt e Melhor Direção de Arte, além de ter sido indicada na categoria de Melhor Roteiro Original.

Tarantino gostou tanto da história que decidiu escrever um livro baseado na trama. A obra leva o mesmo nome e foi a estreia do diretor no mundo literário. 

Outro longa que virou livro foi o clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), dirigido por Stanley Kubrick. O manuscrito leva o mesmo nome do filme e foi escrito pelo celebrado Arthur C. Clarke, um expoente da literatura de ficção científica. A obra expande o universo criado por Kubrick e conduz os leitores por um futuro distópico.

Esses são alguns exemplos de sucesso de produções nascidas nos cinemas e nos seriados que impactaram a sociedade de uma forma tão intensa que ganharam reproduções em outros segmentos do entretenimento. Para os fãs é um deleite absoluto. Agora, resta esperar e ver quais outros sucessos ganharão uma continuação, será que o filme da Barbie será o próximo?